07 fevereiro 2020

CIMI: Indigenista adverte que nomeação de pastor para cuidar de índios isolados pode gerar genocídio

Antonio Eduardo Oliveira, secretário-geral do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), explicou que o tratamento do governo brasileiro desde a Constituição de 88 à comunidades indígenas isoladas era o de proteção, ao invés da aproximação. Ou seja, segundo explicou Antonio Eduardo Oliveira, não se buscava o contato com indígenas isolados. Segundo o indigenista, a nomeação de Ricardo Lopes Dias vai na contramão dessa filosofia. Atualmente a Funai contabiliza 107 registros da presença de índios isolados em toda a Amazônia Legal. Ricardo Lopes Dias foi ligado à Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), entidade conhecida por seu trabalho de evangelização de indígenas, prática criticada por antropólogos e indigenistas. "A nomeação do referido funcionário ou pastor vem ao encontro desse desejo do governo de descaracterizar essas frentes de proteção e voltar a uma dinâmica do período da ditadura de atração, de contato, desses povos, o que significa um verdadeiro genocídio porque esses povos são muito sensíveis a qualquer possibilidade de contato", afirmou Oliveira ao site Sputnik. Antonio Eduardo Oliveira atribui a hipótese de mudança na filosofia de proteção aos indígenas isolados ao fato de Ricardo Lopes Dias ter trabalhado na MNTB.
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