As
movimentações políticas sempre apresentam surpresas. Especialmente em um País
como o Brasil. Na maior parte do ano, Jair Bolsonaro sinalizou
que queria exercer o protagonismo único de seu governo. Não admitiu
compartilhar o palco com mais ninguém. Os ministros deveriam ser meros
coadjuvantes, sempre no fundo da cena, quase como meros figurantes. Havia
implicitamente um receio de que Sergio Moro fosse a grande estrela e ofuscasse
o próprio presidente. Até o início do segundo semestre, este movimento foi
realizado tendo à frente Bolsonaro, com auxílios eventuais de figuras próximas
ao chefe do Executivo. Contudo, nos últimos meses — certamente analisando as
pesquisas de opinião — o presidente começou a se aproximar publicamente
de Moro. Fez elogios e chegou a sugerir — sempre por meio
de seus acólitos — que o ex-juiz federal poderia ser o seu companheiro de chapa
em 2022. A mudança tem como objetivo tentar capturar o prestígio popular do
ministro da Justiça, melhorar a avaliação de seu governo e, indiretamente,
potencializar a sua popularidade. Também tenta associar Moro ao seu governo,
especialmente por causa das medidas de viés autoritário. Desta forma, almeja
associar o ministro ao campo ultraconservador,
que é o seu, impedindo que Moro transite pelo espaço liberal-conservador, onde poderia alçar voo solo,
ampliando seu cacife eleitoral.
15 dezembro 2019
Reginaldo Monteiro

Administrador do Blog

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