15 dezembro 2019

LONGE DO STF: Moro terá ano que vem para decidir se tentará ser presidente


As movimentações políticas sempre apresentam surpresas. Especialmente em um País como o Brasil. Na maior parte do ano, Jair Bolsonaro sinalizou que queria exercer o protagonismo único de seu governo. Não admitiu compartilhar o palco com mais ninguém. Os ministros deveriam ser meros coadjuvantes, sempre no fundo da cena, quase como meros figurantes. Havia implicitamente um receio de que Sergio Moro fosse a grande estrela e ofuscasse o próprio presidente. Até o início do segundo semestre, este movimento foi realizado tendo à frente Bolsonaro, com auxílios eventuais de figuras próximas ao chefe do Executivo. Contudo, nos últimos meses — certamente analisando as pesquisas de opinião — o presidente começou a se aproximar publicamente de Moro. Fez elogios e chegou a sugerir — sempre por meio de seus acólitos — que o ex-juiz federal poderia ser o seu companheiro de chapa em 2022. A mudança tem como objetivo tentar capturar o prestígio popular do ministro da Justiça, melhorar a avaliação de seu governo e, indiretamente, potencializar a sua popularidade. Também tenta associar Moro ao seu governo, especialmente por causa das medidas de viés autoritário. Desta forma, almeja associar o ministro ao campo ultraconservador, que é o seu, impedindo que Moro transite pelo espaço liberal-conservador, onde poderia alçar voo solo, ampliando seu cacife eleitoral.
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