14 outubro 2019

BELÉM: Círio de Nazaré reúne mais de 2 milhões de fiéis


Ele saiu de Manaus na manhã de sábado com destino a Belém. Chegou no começo da tarde o que havia de fazer ali. Percorreu os 3,7 km que separam Basílica de Nazaré da Catedral da Sé para pagar a sua promessa. Há oito anos, ele faz a mesma coisa. O gerente de lojas Richard Miranda, de 29 anos, chega à Sé com os joelhos em carne viva, depois de sangrar por sete longas horas ao encontro de Nossa Senhora. Essa é a essência do Círio de Nazaré, a maior celebração católica do Pará e do Brasil, que, neste ano, completou 227 anos. Desde 2013, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). São histórias de devoção, dor, lágrimas e renascimento. É pura catarse de fé coletiva. Nas ruas, todo paraense diz que, para entender o significado do Círio, é preciso vir, ver e viver. Richard, ao longo da maior parte do autoflagelo de joelhos, foi ajudado por vários voluntários, pessoas que trabalham sem nada em troca todos os dias de celebração do Círio. Só pelo prazer em servir. Um deles foi o bombeiro civil Hadren Moura, de 22 anos. Detalhe: Hadren é evangélico da Assembleia de Deus. Incompatibilidade? “Nenhuma. Sinto prazer em ajudar na fé, que é dele, e move tudo”, afirma. Richard, com os dois joelhos dilacerados, não disse mais nada. Bebeu água que lhe derramaram na boca e corpo e arrastou-se entre os caminhos de papelão que os voluntários improvisaram para que ele vencesse a sua via-crucis.
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