Chegou a hora de investigar a fundo os negócios de
Deltan Dallagnol, mas sem vacilações. Em março, a Procuradoria-Geral da
República travou a criação das Organizações Tabajara do procurador da
Lava-Jato. Mas isso não basta. Com as
novas mensagens divulgadas pela Folha, é preciso ir adiante para desvendar por
completo a ideia do procurador de criação da fundação com os R$ 2,5 bilhões da
multa imposta à Petrobras. Ninguém mais fala do instituto de Dallagnol, cuja
criação teve o aval da vara especial comandada por Sergio Moro, ou não teria
sido nem mesmo projeto. A imprensa e o Ministério Público abandonaram o
assunto, ressuscitado pelas mensagens agora publicadas. Dallagnol queria ganhar
dinheiro desde 2015, como mostram as mensagens. Mas é preciso ordenar o
conjunto de informações que ele passa aos colegas para entender quando a ideia
da fundação ainda está viva e quando ele parece optar por outra saída. Essa
mensagem abaixo é recente, de 3 de março deste ano: “Se fizéssemos algo sem
fins lucrativos e pagássemos valores altos de palestras pra nós, escaparíamos
das críticas, mas teria que ver o quanto perderíamos em termos monetários”. A
dúvida é esta: o procurador insistia com o projeto, com outro formato, mesmo
sabendo que sua chefe estava tratando do seu plano esdrúxulo e que iria, logo
depois, determinar que ele abandonasse tudo? É a investigação a ser
feita.
(Por Moisés Mendes)
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