24 junho 2019

RESISTÊNCIA: Tom político da Parada LGBT de São Paulo é reforçado em 2019


Com diversos trios elétricos com apresentações musicais e recebendo cerca de três milhões de pessoas, a 23ª Parada do Orgulho LGBTI de São Paulo não foi apenas marcada pela celebração e festividade.  Celebrando os 50 anos da Rebelião de Stonewall, nos EUA, a Parada de São Paulo viu em 2019 seu componente político, presente desde a primeira edição, ser reforçado diante da contexto político nacional, marcado pela eleição de Jair Bolsonaro, conhecido por suas posições e declarações homofóbicas. De outro lado, a população LGBTI celebrava a recente decisão do Supremo Tribunal Federal que equiparou condutas homofóbicas ao racismo. “É uma pena que nossos motivos não sejam apenas a comemoração. No país que mata um homossexual a cada 24 horas, nós ainda elegemos um cara conivente com isso tudo. Infelizmente, ainda é necessário. Eu queria estar apenas comemorando, mas talvez eu tenha vindo com um pensamento mais político”, disse Thalita Peron, participando pela primeira vez da Parada da capital paulista. O comunicador Frederico Franz ressaltou como a eleição do candidato de extrema-direita afeta o cotidiano da população LGBT. Antes mesmo do fim da disputa em 2018, ele decidiu formalizar sua união com seu companheiro diante do receio de ver o reconhecimento da união civil sofrer com retrocessos. “Desde a chegada do Bolsonaro ao poder, e tem mais a ver com sua popularidade do que ganhar o governo… Eu sinto que quanto mais popular ele for, mais confortáveis as pessoas se sentem para serem homofóbicas. É um assunto que me atinge diretamente”, lamenta. 
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