
O que na campanha apareceu como uma possibilidade, a interferência dos
filhos do presidente Bolsonaro no governo, causando instabilidades, se confirma
e até excede as expectativas. Com o “02”, Carlos, no comando, uma milícia
digital bolsonarista ataca quem o grupo considere ameaça ao atingimento de
algum objetivo, com o ideólogo Olavo de Carvalho na condição de inspirador-mor.
Hoje está claro
que existe um bolsão de extrema direita ávido por poder atrás das cortinas da
atuação do grupo. Já indicou, de forma clara, dois ministros — Ernesto Araújo,
para o Itamaraty, e controla o MEC, no qual substituiu o nada inspirado Ricardo
Vélez pelo linha-dura de direita Abraham Weintraub; avançou sobre a agência
Apex e, desde a montagem do governo, tem especial atração pela Comunicação do
Palácio.
É esta predileção que levou Carlos e
Olavo a atacarem com fogo concentrado o ministro Carlos Alberto dos Santos
Cruz, da Secretaria de Governo, sob a qual está a Secom. Foi executada uma
operação típica de criação de fake news para atingir Santos Cruz: tiraram de
contexto uma frase sensata do ministro sobre o uso das redes sociais por grupos
ideologicamente extremados e espalharam que ele deseja censurá-las. Um
despropósito.
Seria apenas mais uma manobra do grupo
— já grave e deplorável — se o presidente Bolsonaro não reforçasse de forma
enviesada a interpretação de que houve defesa de censura, afirmando — o que é bem-vindo
— que, no seu governo, não haverá censura a qualquer mídia. Mas pareceu um aval
à distorção da frase de Santos Cruz, que no domingo foi ao Alvorada conversar
com o presidente
0 comments:
Postar um comentário