TARSO GENRO: PT não deveria ter fechado os olhos para a corrupção

Ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Educação, Relações Institucionais e da Justiça, o petista Tarso Genro não poupou críticas ao Partido dos Trabalhadores numa entrevista concedida ao programa De Lucca Entrevista. Tarso defendeu a atualização do plano econômico do PT, assim como o de das relações internacionais. "O mundo mudou completamente", disse. Uma das críticas foi o partido, segundo ele, ter "fechado os olhos" para a corrupção. "Nenhum partido é uma comunidade de anjos, os partidos, famílias e comunidades todas têm diferenças internas, têm comportamentos éticos e políticos diferenciados. A própria Igreja, por exemplo, tem problemas morais extraordinariamente sérios sendo revelados hoje. Acho que o PT não deveria ter fechado os olhos para essa questão da corrupção dizendo que tudo foi injustiça com o PT, isso foi uma estratégia errada". "Embora o PT seja o quarto ou quinto partido que tenha o número de pessoas processadas aqui no país, deveríamos ter tido desde o começo um discurso contra a corrupção e termos explicado, inclusive, não é se fulano fez alguma cia ou beltrano fez, quem tem que apurar é a polícia, o Ministério Público, nós tínhamos que dizer o seguinte: quais foram as propostas políticas que nós implementamos no país que possibilitaram que determinadas pessoas do nosso partido se envolvessem com a corrupção? Não estou falando em financiamento de campanha com caixa dois, isso 90% das pessoas fazem ou fizeram e agora isso vai diminuir no país, até porque isso foi exposto de uma maneira profundamente dramática. Mas quais foram as políticas que determinaram nossa identidade com determinados setores empresariais, determinados setores dos bancos que levaram determinados companheiros a assumirem posições ilegais? Isso nós devíamos ter explicado, essa é a debilidade que o nosso partido tem. Veja, aqui está falando uma pessoa que conhece os processos do Lula e sabe que o Lula é inocente, que está sendo condenado injustamente e como preso político, como réu político para não permitir que ele fosse candidato a presidente da República", complementou.