29 janeiro 2019

TRAGÉDIA EM BRUMADINHO: Especialistas apontam que método em Brumadinho é barato e inseguro


O rompimento da barragem na mina Córrego do Feijão, na cidade mineira de Brumadinho, na sexta-feira (25), que deixou pelo menos 60 mortos e 292 desaparecidos, traz à tona uma discussão sobre o método utilizado nas barragens brasileiras. Especialistas ouvidos pela reportagem do R7 apontam que o uso do alteamento por montante é mais barato para as empresas, no entanto, é mais inseguro. Geração de energia elétrica, abastecimento de água, regularização de cheias de rios e armazenamento de rejeitos são as quatro finalidades das barragens brasileiras. Esta última, por sua vez, possui três métodos: a montante, linha de centro e jusante — a barragem 1, em Brumadinho, usava o primeiro tipo. Seu funcionamento se dá da seguinte forma: deposita-se os rejeitos em camadas, produzindo o alteamento da barragem conforme aumenta o volume do material. Durante o processo de construção da barragem, utiliza-se, então, rejeitos para construir uma nova. “O que é perigoso, porque está alicerçada em uma barragem de rejeito, que é de resistência baixa”, avalia Paulo Afonso Luz, professor de engenharia de geotécnica da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Fundação Armando Álvares Penteado . “Logo facilita a ruptura dessa barragem por liquefação, como se fosse uma avalanche.” “O sistema que é usado no Córrego do Feijão, por exemplo, é mais barato e também mais inseguro, apesar de estar desativada”, aponta o professor. “Antes de romper, a estrutura mostra sinais de que pode estar danificada”, aponta. O especialista exemplifica: “manchas, trincas, fissuras, afundamentos, entre outros”. No final do segundo semestre do ano passado, a mineradora contratou uma empresa para realizar a vistoria do lugar, que foi, posteriormente, aprovada e consta situação regular.
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