O grau de sofisticação do esquema de
corrupção encabeçado pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB),
preso na operação Calicute, incluía até uma espécie de banco paralelo para
tocar o dinheiro oriundo dos esquemas de corrupção. De acordo com o jornal O
Globo, para investigadores, a transportadora Trans-Expert Vigilância e
Transporte de Valores, que tinha um cofre no bairro de Santo Cristo, no Rio,
usado para guardar e distribuir o dinheiro do grupo, mas de forma irregular e
livre do sistema público de controle das atividades bancárias. Os
investigadores desconfiam que o “banco paralelo” funcionava desde o primeiro
governo Cabral, recolhendo propina e a distribuindo aos favorecidos, a maioria
políticos do PMDB fluminense. O achado surpreendeu até os já escaldados agentes
da Delegacia de Repressão à Corrupção e a Crimes Financeiros (Delecor). "Para
desvendá-lo, a PF criou uma operação específica, a Farejador, que encontrou
pelo menos três indícios que vinculam a transportadora a Cabral: um total de R$
25 milhões em repasses da Trans-Expert para uma empresa ligada a Cabral; a
apreensão de declarações de renda da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo na
empresa; e uma possível guarda de dinheiro para o ex-secretário de Obras Hudson
Braga, um dos nove presos ao lado de Cabral. Antes mesmo de ser investigada por
movimentar dinheiro para o ex-governador, a Trans-Expert já estava na mira da
Polícia Federal. A denúncia de que a empresa havia desaparecido com um total de
R$ 35 milhões do Banco do Brasil, dinheiro recolhido das agências bancárias que
não chegava ao destino final, somada a um misterioso incêndio ano passado, que
teria transformado em pó milhões de reais (R$ 28 milhões só da Caixa Econômica
Federal) supostamente guardados em seu cofre-forte, fizeram a PF suspender
recentemente a autorização de funcionamento da transportadora.
Reginaldo Monteiro

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