Que o ensino médio precisa mudar, poucos discordam. Afinal, é
considerado um dos maiores gargalos da educação no país. A lista de problemas é
extensa: vai do baixo desempenho à falta de professores, passando ainda por
alto índice de evasão, reprovação, desigualdade de oportunidades. Mas o que
fazer com ele, aí já são outros quinhentos. Uma amostra desse impasse é a atual
celeuma em torno da reforma do ensino médio proposta pelo presidente Michel
Temer (PMDB) por meio da MP 746, (Medida Provisória), publicada no Diário
Oficial da União no fim de setembro, que altera a LDB (Lei de Diretrizes e
Bases da Educação). A mudança foca a especialização, flexibiliza disciplinas e
expande o ensino em tempo integral. Após o anúncio da MP, estudantes contrários
às mudanças se mobilizaram, promovendo uma série de ocupações em escolas
públicas. As maiores queixas são com relação às disciplinas que deixam de ser
obrigatórias, como aulas de arte e de educação física e os possíveis impactos
na educação por causa da PEC 55 – antiga 241- (Proposta de Emenda
Constitucional), que congela por 20 anos os gastos públicos. A proposta deve
ser votada na próxima semana no Senado. Em audiência pública na Câmara dos
Deputados nesta semana, o ministro da Educação, Mendonça Filho, reiterou
a previsão de aumento de 5% no orçamento para a pasta em 2017. Sobre a MP da reforma,
disse que não há nenhuma alteração prevista.
(Band)