Representantes das empreiteiras Camargo Correa, Queiroz Galvão e Andrade
Gutierrez que não detalharam supostos esquemas de propina, durante as
investigações da Lava Jato, com o objetivo de manterem obras nos Estados
de São Paulo e de Minas Gerais, quando eram administrados pelo PSDB, terão de
prestar novos depoimentos, segundo fontes ligadas à investigação na
Procuradoria Geral da República. De acordo com o El País, obras realizadas
nos governos paulistas de José Serra e Geraldo Alckmin, e no mineiro de Aécio
Neves estariam na mira dos investigadores. Com a saída de Dilma Rousseff (PT) e
entrada de Michel Temer (PMDB), apoiado pelo PSDB, parte das empreiteiras
tem evitado delatar esquemas que envolvam o grupo que atualmente governa o
Brasil, segundo relataram empresários a investigadores. Isso porque essas
empreiteiras precisariam seguir firmando contratos com o governo federal e, no
entendimento delas, se entregassem irregularidades de quem está no poder,
dificilmente conseguiriam ser aprovadas em processos licitatórios para novas
obras. A nova convocação não foi confirmada pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, mas, na última sexta-feira (11), ele citou que o
colaborador é obrigado a revelar todos os atos ilícitos dos quais participou e,
se não o fizer, pode ter sua pena aumentada e seu benefício cassado. “Existe a
possibilidade da pessoa se esquecer mesmo. Estamos falando de anos e anos que
se passaram de prática de diversos atos. Agora, se for um esquecimento doloso,
deliberado, pode, sim, receber pena maior, aumentar multa e até quebrar a
colaboração”.
14 novembro 2016
Reginaldo Monteiro

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