22 outubro 2016

Corte de horas extras nas empresas preserva vagas, mas diminui renda

A parcela dos empregados no país que trabalham 49 horas ou mais por semana –cumprindo jornadas diárias de 10 horas em média – atingiu seu menor nível nos últimos quatro anos. É mais um reflexo da crise e da deterioração do mercado de trabalho, que tem provocado redução de horas extras nas empresas. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, muitos empregadores têm recorrido a esse expediente para evitar ainda mais demissões. Embora ajude a preservar empregos, o corte das horas extras reduz a renda dos trabalhadores e seu potencial de consumo. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao fim do segundo trimestre deste ano, a parcela de pessoas que trabalhavam 49 ou mais horas por semana esteve restrita a 10,9%. No primeiro trimestre de 2012, início da série histórica das estatísticas do instituto, esse grupo representava 16,9%. Queda semelhante ocorreu com a parcela dos que trabalham entre 45 e 48 horas semanais –recuo de 5,9 pontos percentuais para 11,8% no segundo trimestre deste ano. Em 2012, a economia ainda vivia momentos de bonança e a demanda aquecida permitia que as empresas tivessem grande contingente de funcionários complementando a rotina com horas extras.
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