Muitas pessoas sentem dificuldade para
emagrecer. O preparador físico Vinícius Possebon ensina que, de fato, existe
uma grande variação no metabolismo de cada um. “Além disso, existem muitos
fatores que podem contribuir para uma pessoa acumular mais gordura, como a
alimentação, variações hormonais, entre outras”, destaca o especialista,
criador do Programa Queima de 48 Horas, maior programa de homefitness do
Brasil.
Segundo Possebon, os exercícios físicos
que a maioria das pessoas pratica são considerados extensivos, ou seja, são
feitos em intensidade moderada por um longo período. As pesquisas mais
recentes, no entanto, garantem que os treinos intensivos, ou seja, que são
feitos de forma intensa por um período mais curto, promovem gastos calóricos e
melhorias cardiorrespiratórias equivalentes. “Uma das pesquisas mais recentes,
que compara exercícios intensos de 10 minutos e moderados de 50, foi feita pela
McMaster University, do Canadá, e publicada no The New York Times”, lembra o
especialista.
Com base nestes estudos, o sistema de
treinos HIIT vem conquistando cada vez mais adeptos. A sigla em inglês, que
corresponde a Treino Intervalado de Alta Intensidade e é base para o Queima de
48 Horas, surge como uma proposta de mudança no metabolismo de quem tem
dificuldades para engordar. “O grande segredo do método usado no Q48 é que,
apesar de serem feitos treinos de 5 a 15 minutos, o corpo passa a queimar mais
gordura, mesmo em repouso, durante as próximas horas”, explica o preparador
físico, ressaltando que o método não exige o uso de equipamentos ou peso. Há
variações, mas o período pelo qual ocorre a aceleração de metabolismo é de 12 a
48 horas.
O
que acontece no corpo
Possebon explica que o corpo utiliza
diferentes tipos de fibras musculares durante os exercícios. “Um exercício de
intensidade moderada vai exigir o uso dos músculos de contração lenta, que
utilizam energia da gordura acumulada no corpo”. Segundo o especialista, os
músculos de contração rápida são colocados realmente em prática durante um
exercício intenso, como uma corrida de 100 metros rasos, e absorvem a energia
do glicogênio, que é o açúcar presente no sangue. “É como se o músculo de contração
lenta fosse uma lâmpada, que consome pouca energia, mas muito tempo ligada, e
os músculos rápidos fossem o ferro de passar e o chuveiro, que puxam muita
energia para uma atividade mais rápida”, compara o especialista.
O que o Q48 faz é alternar as fibras
utilizadas e, assim, enganar o corpo. “Imagine que a sua casa utiliza energia
elétrica da rua para as lâmpadas e de um gerador para o chuveiro e o ferro de
passar”, sugere o especialista. “Fazer o Q48 seria como se você ficasse
piscando as luzes e ligando e desligando o chuveiro: o resultado seria um gasto
muito maior de energia, já que as duas fontes ficariam sendo estimuladas o
tempo todo”, explica. Assim, o método permite que o corpo funcione com estas
duas fontes de energias estimuladas a gastar mais. “O que seria péssimo para a
sua casa, pois aumentaria a conta, é ótimo para o seu corpo”, brinca Possebon.
Por fim, o especialista reforça a
necessidade de caprichar nos exercícios. O programa prevê um aumento gradativo
tanto na intensidade quanto na quantidade dos treinos, que começam com 5
minutos e chegam a 15. “É preciso manter a constância e a disciplina, e não
fazer corpo mole”, alerta, destacando a grande vantagem na economia de tempo.
“Pelo menos você não precisa ficar 1 hora dentro da academia”.