A Samarco escondeu as informações sobre
os riscos das estruturas em Mariana (MG) até dos seus próprios engenheiros
contratados para prestarem serviços de consultoria e vistoria para a
mineradora. A tragédia deixou 19 mortos, desabrigou famílias e alterou o
sustentabilidade de diversas cidades. De acordo com a Folha de S.Paulo, os
funcionários que poderiam classificar as barragens como seguras ou não em seus
relatórios não receberam os dados reais dos diretoras da empresa, como aponta
as investigações. Os profissionais que deveriam ter acesso aos dados eram
integrantes do painel internacional de especialistas que a mineradora mantinha.
Além deles, também não recebeu informações o responsável por vistoriar e
declarar as condições da barragem de Fundão, rompida em novembro do ano
passado. A Samarco negou ter omitido os dados dos engenheiros e afirmou que
eles foram informados sobre os dados. "Há informações nos autos de que a
diminuição da extensão da praia por si só não resultaria no rompimento da
barragem, mesmo porque o índice de segurança da estrutura continuava a ser
monitorado pela empresa. O ITRB nunca sinalizou o risco de rompimento da
barragem de Fundão", disse a empresa em nota.
