01 agosto 2016

Depressão pós-sexo também acontece depois de transa satisfatória

Se você já se sentiu mal psicologicamente e até um tanto melancólico depois de uma transa, não pense que é o único a passar por isso. A chamada "disforia pós-coito" (ou depressão pós-sexo) é, segundo os especialistas, um sentimento comum e não está associado ao nível de intimidade com o parceiro. De acordo com Iracema Teixeira, psicoterapeuta especialista em educação sexual e presidente da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana), já existem estudos sobre a questão, mas eles não apresentam dados consistentes. A pesquisa mais recente foi feita com 230 mulheres --maiores de 18 anos e sexualmente ativas-- pela Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, em outubro de 2015. No levantamento, publicado no periódico científico americano "Journal of Sexual Medicine", 46% delas já haviam experimentado a sensação de tristeza após o sexo. "Por falta de estatísticas, não podemos classificar esse estado como síndrome ou disfunção sexual ainda. A falta de informações que as pessoas têm sobre a própria sexualidade também pode ser responsável por prevalências estáticas ainda pequenas sobre o assunto. Pelos indícios que temos, por enquanto, a proporção é de duas mulheres para cada homem que apresenta o quadro", fala a presidente da SBRASH. Por ser mais frequente em mulheres, assim como a depressão comum, acredita-se que a tristeza pós-coito também esteja relacionada a traumas de experiências passadas e repressão sexual, fatores que podem levá-las a ter problemas na cama. Por isso, Cristina Romualdo, terapeuta sexual do Instituto Kaplan, em São Paulo, diz que só se trata de depressão pós-sexo quando há um diagnóstico médico definido a partir do histórico do paciente. O melhor caminho para solucionar a depressão pós-sexo é ter acompanhamento de um profissional especializado. "Em situações de suspeita e incômodo, o ideal é observar como você está respondendo ao sexo e procurar um terapeuta para ajudá-lo. E, como tudo relacionado ao psicológico, o parceiro pode ajudar a identificar, pois é difícil a própria pessoa enxergar.", afirma João Luís Borzino, sexologista e terapeuta sexual.
(Uol)
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