Se você já se sentiu mal psicologicamente e até um tanto melancólico
depois de uma transa, não pense que é o único a passar por isso. A chamada
"disforia pós-coito" (ou depressão pós-sexo) é, segundo os
especialistas, um sentimento comum e não está associado ao nível de intimidade
com o parceiro. De acordo com Iracema Teixeira, psicoterapeuta especialista em
educação sexual e presidente da SBRASH (Sociedade Brasileira de Estudos em
Sexualidade Humana), já existem estudos sobre a questão, mas eles não
apresentam dados consistentes. A pesquisa mais recente foi feita com 230
mulheres --maiores de 18 anos e sexualmente ativas-- pela Universidade de
Tecnologia de Queensland, na Austrália, em outubro de 2015. No levantamento,
publicado no periódico científico americano "Journal of Sexual
Medicine", 46% delas já haviam experimentado a sensação de tristeza após o
sexo. "Por falta de estatísticas, não podemos classificar esse estado como
síndrome ou disfunção sexual ainda. A falta de informações que as pessoas têm
sobre a própria sexualidade também pode ser responsável por prevalências
estáticas ainda pequenas sobre o assunto. Pelos indícios que temos, por
enquanto, a proporção é de duas mulheres para cada homem que apresenta o
quadro", fala a presidente da SBRASH. Por ser mais frequente em mulheres,
assim como a depressão comum, acredita-se que a tristeza pós-coito também
esteja relacionada a traumas de experiências passadas e repressão sexual,
fatores que podem levá-las a ter problemas na cama. Por isso, Cristina
Romualdo, terapeuta sexual do Instituto Kaplan, em São Paulo, diz que só se
trata de depressão pós-sexo quando há um diagnóstico médico definido a partir
do histórico do paciente. O melhor caminho para solucionar a depressão pós-sexo
é ter acompanhamento de um profissional especializado. "Em situações de
suspeita e incômodo, o ideal é observar como você está respondendo ao sexo e
procurar um terapeuta para ajudá-lo. E, como tudo relacionado ao psicológico, o
parceiro pode ajudar a identificar, pois é difícil a própria pessoa enxergar.",
afirma João Luís Borzino, sexologista e terapeuta sexual.
(Uol)