25 maio 2014

Brasileiros monitoram racistas, machistas e homofóbicos na internet

"Todo dia tem racismo fresquinho no Twitter", assegura o criador da página "Não sou racista, mas..." João Filho, 33. "Quem gosta de preto é chicote", "Cada dia mais pegando nojo de preto" ou "Não tô nem aí, não gosto de preto mesmo, ainda mais gordo" são alguns dos comentários que comprovam sua tese. João foi o primeiro brasileiro a compartilhar mensagens alheias na rede social para expor o preconceito de seus autores. O perfil, criado meses antes do "A minha empregada" (que chegou a repercutir no exterior nesta semana), foi o ponto de partida para o monitoramento de outras palavras-chave na rede -- machismo, homofobia, transfobia e preconceito contra pessoas acima do peso são alguns deles. "Eu procuro por comentários que ouço de forma recorrente no trabalho, no ambiente familiar, nas ruas", diz João. Segundo ele, frases como "serviço de preto", "preto fede" e "neguinha favelada" são mais comuns do que se imagina e mostram que o conceito de "preconceito velado" atribuído aos brasileiros não se confirma na internet. "O que mais me impressiona é a quantidade de jovens que aparecem nas minhas buscas", afirma. "Dizer que alguém tem 'cara de empregada' está na boca da criançada." São adolescentes entre 15 e 18 anos os principais responsáveis pelos comentários preconceituosos. João tem um palpite: "É triste, mas não sei se é algo dessa geração. Esses comentários sempre foram comuns entre a classe média. Talvez porque jovens usem menos filtro na hora de destilar preconceito."
(Bol)
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