Um dos responsáveis pelo sistema de informática do "departamento da
propina" da Odebrecht, Camilo Gornati, afirmou nesta quarta-feira (22) ao
juiz federal Sérgio Moro, que a empreiteira mantinha seu servidor na Suíça
"por questão de segurança". O interrogado foi alvo da 26ª fase da
Operação Lava Jato, batizada de Xepa. O servidor teria sido bloqueado pelas
autoridades suíças. "O que me falaram é que era mais seguro deixar na
Suíça", afirmou Gornati, ouvido na ação penal contra o marqueteiro do PT
João Santana, o presidente afastado da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e
outros executivos do grupo. Gornati foi alvo de condução coercitiva na Operação
Xepa, apontado como um dos responsáveis pela operação e manutenção do sistema
Drousys, que era usado pelos executivos da Odebrecht para controle do
"departamento da propina", chamado oficialmente de Departamentos de
Operações Estruturadas. O Ministério Público Federal (MPF) descobriu que a Odebrecht
montou um setor específico dentro da empresa para gerenciar e controlar os
pagamentos de propina da empresa. Por esse sistema, eram controlado os repasses
feitos para políticos e agentes públicos, por meio de operadores e contas em
nome de offshores.
(Último Segundo)