O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou
nesta segunda-feira (6) a abertura de um segundo inquérito para investigar o
presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves (MG) sobre uma suposta
manobra para tirar da CPI dos Correios, em 2005, informações sobre o chamado
mensalão mineiro. O pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) se baseia
em informações relatadas na delação premiada do senador cassado Delcídio do
Amaral (sem partido-MS). No mesmo inquérito, também serão investigados o
prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e o ex-senador Clésio Andrade
(PMDB-MG). Ficou de fora da investigação o deputado federal Carlos Sampaio
(PSDB-SP), que também havia sido citado por Delcídio. À época dos fatos
relatados por Delcídio, Aécio estava no comando do governo de Minas Gerais e
Clésio era seu vice-governador. No pedido de inquérito, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, disse que busca apurar se Aécio tentou, durante os
trabalhos da CPI dos Correios, em 2005, esconder suposto envolvimento de
políticos do PSDB no mensalão mineiro, que investigava o mensalão do PT. Delcídio
contou na delação premiada que, durante a CPI dos Correios, da qual foi
presidente, surgiram pedidos de quebra de sigilo do Banco Rural. Na época,
contou o senador cassado, Aécio teria pedido a Eduardo Paes, que era
secretário-geral do PSDB, para tentar prorrogar prazos de entrega dos dados. O
objetivo seria maquiar dados do Banco Rural para ocultar informações que
comprometeriam políticos do PSDB.
(globo.com)