Após o Senado Federal aprovar a admissibilidade do processo de
impeachment de Dilma Rousseff, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa questionou a maneira como o processo foi conduzido e, embora
tenha admitido que a agora presidente afastada falhou no cargo, disse que
o vice Michel Temer não tem legitimidade para governar o País. Para ele, o
ideal seria que novas eleições fossem convocadas – o que, admitiu,
dificilmente seria aprovado pela mais alta Corte do País. “Tenho sérias
duvidas quanto à integridade e à adequação desse processo pelo motivo que foi
escolhido. Se a presidente tivesse sendo processada pelo Congresso por sua
cumplicidade e ambiguidade em relação à corrupção avassaladora mostrada no País
nos últimos anos, eu não veria nenhum problema. Mas não é isso que está em
causa", afirmou o ex-ministro. Para Barbosa, o descumprimento
de regras orçamentárias, principal motivo apontado no pedido de impeachment,
não é forte o suficiente para afastar um presidente.
(IG)