Com base no mesmo roteiro adotado para investigar a arrecadação
política e partidária do PP e do PT, a força-tarefa da Operação Lava Jato
trabalha para ampliar as provas de repasses a políticos do PMDB a partir dos
dados de contas e offshores de operadores de propinas. A investida sobre os
peemedebistas coincide com a provável chegada ao Palácio do Planalto de Michel
Temer, vice-presidente da República e presidente de honra do PMDB. Em conversas
reservadas e apurações sigilosas, autoridades ligadas à Lava Jato indicam que a
força-tarefa está próxima de revelar dados e transações capazes de produzir
impacto direto no chamado núcleo político, sustentado pelos supostos operadores
de propina do PMDB no esquema de corrupção e desvios na Petrobras: Fernando
Soares, o Fernando Baiano, e João Henriques. Com isso, estão na mira o
presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), o presidente do Senado, Renan
Calheiros (AL), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(RJ), o ex-ministro e senador Edison Lobão (MA) e o senador Valdir Raupp (RO). Para
a Lava Jato, o PMDB, a exemplo de PT e PP, empregou uma sistemática para
arrecadar propina e lavar dinheiro no exterior com foco em contratos de
plataformas, poços de petróleo, negócios com multinacionais estrangeiras,
aquisições e vendas de refinarias fora do País, como Pasadena (EUA).
(Band)