Os
jornais destacam que o homem à frente da pasta encarregada de combater a
corrupção foi gravado em conversas que sugeriam seu envolvimento em manobras
para obstruir as investigações da Operação Lava Jato. A queda de Silveira
"desferiu outro golpe contra um governo que parece estar mancando de um
escândalo a outro", diz o jornal americano New York Times. O jornal relata a "atmosfera cada vez mais paranoica na
capital, Brasília", em que "membros das elites políticas e econômicas
estão gravando secretamente uns aos outros para fazer acordos de delação
premiada". Em tom crítico, o jornal britânico Guardian afirma que "a
reputação do novo governo interino deslizou de frágil para burlesca" após
o episódio. "A renúncia de Silveira eleva a pressão sobre o governo de
Michel Temer, que encontra dificuldades de sacudir as acusações de que tomou o
poder da presidente suspensa Dilma Rousseff com o objetivo de obstruir a maior
investigação de corrupção na história do país." Para o argentino La Nación, "o desgaste político do governo interino se acelera a um
ritmo vertiginoso". A reportagem lembra a "indignação" que as
conversas entre Silveira e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro -
subsidiária de logística da Petrobras - geraram "em amplos setores da
sociedade brasileira e inclusive em organismos internacionais
anticorrupção".
(BBC Brasil)