O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, afirmou à Justiça Federal que o PT "assumiu totalmente" o
empréstimo de R$ 12 milhões, tomado de forma fraudulenta em 2004, em seu nome,
no Banco Schahin. A Operação Lava Jato descobriu que o valor nunca foi pago pelo
partido e que o negócio foi compensado ao grupo empresarial com um contrato de
US$ 1,6 bilhão, na Petrobras, cinco anos depois. "O empréstimo foi
assumido pelo PT, totalmente assumido pelo PT", declarou Bumlai. O
pecuarista foi ouvido nesta segunda-feira (30) pela primeira vez, pelo juiz
federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato, em Curitiba. Ele isentou Lula
de responsabilidades no episódio. O amigo de Lula é réu nessa ação penal, em
fase final. Ele foi preso em novembro de 2015, alvo da 21ª fase da Lava Jato,
batizada de Operação Livre Acesso. Ele passou a cumprir prisão domiciliar em
março, por problemas de saúde. O pecuarista afirmou a Moro que "nunca
esteve no banco solicitando esse empréstimo". Questionado qual o motivo da
retirada, Bumlai afirmou que "eles (do PT) precisavam de um dinheiro para
o segundo turno das eleições de 2004".
(IG)