Na segunda parte da apresentação da defesa da presidente Dilma
Rousseff, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou que o
recebimento do pedido de impedimento da chefe do governo pelo presidente da
Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi um ato de “vingança” e, por
isso, caracteriza desvio de poder. Durante quase duas horas, Cardozo fez, na
tarde desta segunda-feira (4), a defesa de Dilma na comissão especial da Câmara
que analisa o pedido de impeachment da presidente. Os membros da comissão
não tiveram autorização para fazer perguntas durante a fala do ministro, mas,
em três oportunidades, parlamentares favoráveis ao impeachment interromperam a
exposição e foram repreendidos pelo presidente do colegiado, Rogério Rosso (PSD-DF).
Cardozo disse que há “indiscutível, notório e clamoroso desvio de poder” no
recebimento do pedido do impeachment. “Conforme [foi] fartamente noticiado pela
imprensa, a decisão do presidente Eduardo Cunha não visou não visou à abertura
do [processo de] impeachment, não era essa sua intenção, não era essa a
finalidade. Sua Excelência, Eduardo Cunha, usou da competência para fazer uma
vingança e uma retaliação a chefe do Executivo porque esta se recusara a dar
garantia dos votos do PT no Conselho de Ética a favor dele”, argumentou
Cardozo. Cunha, vale lembrar, enfrenta processo por quebra de decoro
parlamentar no Conselho de Ética da Casa.
(Band)