Após mais de 15 horas ininterruptas de discursos em plenário e
com quase duas dezenas de partidos ainda na fila para falar na madrugada deste
sábado (16), os deputados da oposição começaram a fazer cálculos e demonstraram
preocupação de que o atraso no cronograma dos trabalhos comprometa a votação do
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A ideia era que a votação
começasse entre 14h e 16h do domingo, possibilitando ampla divulgação em meios
de comunicação, inclusive com transmissão ao vivo. Mas seguindo o ritmo atual,
as falas partidárias acabariam apenas às 5h da manhã de domingo. Depois, se
iniciariam as falas individuais, de 3 minutos cada, para as quais mais de 200
deputados já estão inscritos. Tudo isso sem qualquer intervalo. "A votação
ocorreria só na madrugada de segunda-feira. Precisamos encontrar uma
solução", disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (DEM-PE). Ao
deixar a Câmara pontualmente à meia-noite deste sábado, o presidente da Câmara,
deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou os atrasos e garantiu que não há
risco de o prolongamento de falas inviabilizar a votação do pedido de
impeachment na tarde de domingo, conforme programado. Segundo disse Cunha, em
último caso o plenário da Câmara pode encerrar as discussões por volta das 10h
de domingo a partir da aprovação de requerimento de encerramento de discussão
após as falas de três deputados favoráveis e outros três contrários ao pedido
de impeachment durante a sessão programada para discursos individuais.
(Bol)