Cientistas brasileiros revelaram um novo distúrbio cerebral em
adultos associado ao Zika vírus: uma síndrome autoimune chamada encefalomielite
disseminada aguda, ou Adem, que ataca o cérebro e a espinha dorsal. O Zika já
havia sido relacionado a outro distúrbio autoimune, a síndrome de
Guillain-Barré, que ataca os nervos periféricos fora do cérebro e espinha
dorsal, causando uma paralisia temporária que pode, em alguns casos, fazer com
que os pacientes precisem da ajuda de equipamentos para respirar. A nova
descoberta mostra que o Zika pode provocar também um ataque imune contra o
sistema nervoso central. Com isso, aumenta a lista de danos neurológicos
associados ao Zika vírus, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. De
acordo com a Organização Mundial da Saúde, existe um grande consenso científico
de que, além da Guillain-Barré, o Zika pode causar a microcefalia em recém
nascidos, embora a produção de provas conclusivas ainda deva demorar meses ou
anos. A microcefalia é uma má-formação cerebral, na qual os bebês nascem com
cabeças menores do que o normal, o que pode resultar em problemas de
desenvolvimento. Além de doenças autoimunes, alguns pesquisadores também têm
apresentado relatos de pacientes com Zika que desenvolvem encefalite e mielite
– distúrbios neurológicos tipicamente causados pela infecção direta de células
nervosas.
(Band)