As previsões para a economia brasileira neste ano não param de piorar.
Pesquisa feita com mais de 100 instituições financeiras na semana passada
mostra que cresceram as estimativas para a inflação, enquanto a previsão para o
Produto Interno Bruto (PIB) voltou a cair. As informações são do relatório
Focus, divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Banco Central. Para 2016, a
expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação
oficial do país, subiu de 7,61% para 7,62%, o oitavo aumento seguido. Com isso,
permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas do ano que vem e bem
distante do objetivo central de 4,5%. Para 2017, a estimativa do mercado
financeiro para a inflação permaneceu estável em 6% – exatamente no teto do
regime de metas para o período, e também longe da meta central de 4,5%. O IPCA
ganhou força no início de 2016, chegando a 1,27% em janeiro – maior taxa mensal
para janeiro desde 2003, quando atingiu 2,25%. Em 12 meses, o indicador acumula
alta de 10,71%. O aumento das expectativas dos analistas das instituições
financeiras para a inflação aconteceu com mais intensidade após o Banco Central
manter a taxa básica de juros estável em 14,25% ao ano – o maior patamar em
quase dez anos – em meados de janeiro. Até poucos dias antes da reunião do
Copom, que manteve os juros, o BC indicava que subiria a taxa Selic para tentar
controlar a inflação, mas depois acabou deixando-a inalterada alegando baixo
nível de atividade no Brasil e no mundo. Analistas que apontam que o BC
sucumbiu a pressões políticas.
(globo.com)