Cada vez mais, médicos de diferentes
especialidades e países vêm relatando os prejuízos na saúde ocasionados pelo
uso excessivo de tablets e smartphones por crianças e adolescentes. Além dos
problemas musculares nas mãos e oculares, as dores nas costas vêm ganhando
destaque nos consultórios médicos como uma das principais queixas entre os
jovens. Segundo o neurocirurgião Dr. Vinicius Benites, da Unifesp, estudos
brasileiros que avaliaram crianças demonstram que a prevalência de dor nas
costas varia de 32 a 57% entre 7 e 14 anos. “Observa-se que as meninas possuem
maior incidência do que os meninos. Os fatores mais importantes relacionados
com a dor nas costas de crianças são a idade e o índice de massa corporal. Ou
seja, quanto mais próximo de 14 anos e quanto maior o índice de massa corporal
(obesidade infantil), maior será a prevalência de dor nas costas”, diz. No
entanto, Benites destaca que esta geração tem usado de forma prolongada os
tablets e smartphones e assim, muitos jovens deixam de praticar atividades
físicas prejudicando ainda mais a saúde da coluna. As tecnologias também
contribuem para que a coluna fique por menos tempo em uma posição neutra. Ao
adotar posturas viciosas, e isso inclui ficar olhando para baixo continuamente
para celulares ou tablets, haverá tensão nas estruturas de sustentação do corpo
como músculos, ligamentos e a coluna. “Se o indivíduo não tiver um
condicionamento muscular adequado, ou se ele tiver uma predisposição genética
para desenvolver dores nas costas, então essa postura viciosa contínua será
suficiente para desencadear um quadro de dor nas costas, seja na lombar, seja
no pescoço”, explica Benites. O neurocirurgião conta que a recomendação,
principalmente agora que os jovens estão de férias, é de sempre estimulá-los
para a prática de atividades físicas e diminuir o tempo deles em smartphones e
tablets, para um maior relaxamento das estruturas da coluna. “Não há um limite
de horas recomendado pela literatura, mas a partir de 30 minutos na mesma
posição, os problemas podem começar”, ressalta.
