Se hoje Michel Temer e Eduardo Cunha
mantêm uma relação mais próxima, no passado o relacionamento entre eles pode
ser descrito como antagônico. Isso porque, de acordo com a Folha de S. Paulo,
um criticava constantemente o outro nos bastidores do Planalto. O
presidente da Câmara costumava dizer que Temer era "indeciso" e
"pouco incisivo". Por outro lado, o vice-presidente era da opinião de
que Cunha tinha um estilo de fazer política agressivo e impetuoso. Com o
momento de crise vivido pelo Brasil, as coisas começaram a mudar entre os dois
políticos. Eduardo Cunha cresceu no PMDB e, consequentemente, na
política desde que começou a ter uma relação mais próxima com líderes do
partido, como o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Cunha se transformou no líder do PMDB quando Alves se tornou presidente da
Câmara. Assim, ele seguiu sua ascensão ao cativar parceiros com
alguns favores. Segundo análise do jornal, antes de ser querido pelos mais
tradicionais do partido, ele se tornou necessário. É o que acontece com
Temer, que, mesmo sem gostar da forma como Cunha atua, reconhece a
astúcia dele. Agora, o vice inclusive está se rendendo ao estilo mais agressivo
de Cunha e adotando a postura em alguns momentos. Porém, como relatam amigos de
Temer, os dois não têm uma aliança formal.
