O
senador Delcídio Amaral (PT-MS) teria sido beneficiário de repasse de propina
sobre o contrato de uma turbina no valor de US$ 500 milhões na Petrobras em
2001, quando ocupava o cargo de diretor de Gás e Energia da estatal, durante o
governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A revelação foi feita pelo
delator da Lava Jato e também ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O valor
teria sido pago pela Alstom - multinacional francesa envolvida em escândalos de
financiamento ilegal ao PSDB, por meio de licitações do metrô em São Paulo - e
pela GE, informa reportagem publicada nesta quinta-feira no blog do
Fausto Macedo. Não é a primeira vez que Delcídio, que à época da diretoria
da Petrobras era filiado ao PSDB, antes do PT, tem o nome envolvido com a
Alstom. Delcídio acabou sendo preso no dia 25 de novembro, no exercício do
mandato, justamente por temer e tentar atrapalhar a delação de Cerveró, segundo
o Supremo Tribunal Federal. De acordo com uma gravação feita pelo filho de
Cerveró, o parlamentar elaborava um plano de fuga para o ex-companheiro de
Petrobras, que envolvia pagamentos mensais à família do preso. A revelação foi
feita no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagra a Operação Sangue Negro
para apurar esquemas de corrupção na Petrobras desde 1997, ou seja, quando FHC
era presidente. Recentemente, ao comentar o possível envolvimento de Delcídio
em propinas na Petrobras sob seu governo, o
ex-presidente afirmou que a
corrupção na petroleira durante sua gestão foi apenas pontual, não sistêmica.
(Brasil247)