Faltando
quase três anos para a eleição de 2018, já passa de 10 o número de nomes
colocados à disputa presidencial. A maioria já participou de pleitos anteriores
e vê, no quadro atual de crise política e econômica e de baixa popularidade da
presidente Dilma Rousseff, o cenário ideal para se potencializar e, quem sabe,
alcançar a vitória. Será que a próxima eleição conseguirá romper pela primeira
vez, em mais de 20 anos, a hegemônica disputa entre tucanos e petistas? E mais:
será que o país está preparado para lidar com os interesses de todos esses
políticos? Até o momento surgem como possíveis postulantes ao cargo de
presidente os tucanos Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias e José Serra; o
prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB); Ciro Gomes e Cristóvam Buarque (ambos do
PDT); Marina Silva (Rede); Ronaldo Caiado (DEM); Jair Bolsonaro (PP); Luciana
Genro (PSOL), além do ex-presidente Lula (PT).
Tucanos e possíveis ex-tucanos
Detentor
do maior número de candidatos potenciais, o PSDB pode se esfacelar com a debandada de seus principais
nomes. Um deles já anunciou a saída: o senador Álvaro Dias (PR) irá pular do
barco com destino ao PV. Enquanto
isso, o governador de SP, Geraldo Alckmin, poderá migrar para o PSB, partido do
seu vice, Márcio França, maior entusiasta e articulador da ideia. As conversas
estão avançadas e a estratégia para justificar a mudança de legenda, também. Já
José Serra tem se aproximado bastante do PMDB, tanto que seu nome é sempre
lembrado como um dos possíveis integrantes da equipe de Michel Temer, se este
se tornasse presidente, caso o impedimento de Dilma se concretizasse. Serra
está empenhado no projeto: além de aproximar de Temer, também está mais perto
de Renan Calheiros e até do ex-senador José Sarney, rompido com ele há mais de
uma década. Presidente do
Diretório Nacional do PSDB e detentor da maioria dos apoios, Aécio Neves, mesmo
tendo perdido as eleições de 2014, é visto como o tucano que teve o melhor
desempenho frente ao PT desde 2002. Sua manutenção no comando da sigla neste
ano também foi vista como a possibilidade de que ele seja repetido como
candidato, numa mudança de estratégia tucana.
Lula
Alvo
de uma intensa tentativa de desconstrução da sua imagem por parte da oposição,
da mídia e por setores da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça, o
ex-presidente Lula ainda assim é o nome mais vistoso da esquerda, que, a
despeito da crise de imagem pela qual passa o PT, continua detentor de
expressivos 20% dos votos, segundo o último Datafolha. Caso o governo Dilma
consiga superar a atual crise econômica, Lula volta, provavelmente, à condição
de favorito em 2018.
Marina
Presente
nas disputas desde 2010, Marina Silva também ostenta índices relevantes. No
último Datafolha, ela pontuou com 19%. A seu favor, a ex-senadora conta com o
apoio da maioria dos evangélicos, que, contraditoriamente, também limita suas
possibilidades, pois não permite que ela se posicione de forma objetiva em
temas polêmicos, como a união de pessoas do mesmo sexo, aborto e
descriminalização das drogas.
Ciro
O
ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que tem se notabilizado pela
firmeza de posições contra o golpe e com críticas duras aos peemedebistas
Michel Temer e Eduardo Cunha, é encarado como "uma das figuras mais
importantes na cena política", segundo apontou o escritor Fernando Morais. Ciro pode se
tornar a opção de voto dos insatisfeitos com o PT, mas que não se sentem
motivados a embarcar nos projetos do PSDB e do PMDB.
Cristóvam Buarque
Senador
conhecido por bandeiras relacionadas à defesa da Educação, Cristóvam Buarque
está de saída do PDT, uma vez que lá não vê mais possibilidades de ser
escolhido candidato da sigla, para se filiar ao PPS e tentar a corrida
pelo Planalto em 2018. Em 2006, quando disputou a Presidência pela primeira
vez, Buarque alcançou notoriedade e foi votado por 2,5 milhões de brasileiros.
Eduardo Paes
Prefeito
do Rio, Eduardo Paes (PMDB) é sempre citado pelos peemedebistas como um nome
forte dentro da legenda para tentar levar o partido ao protagonismo de uma
disputa presidencial. O sucesso das Olimpíadas em 2016 pode servir de
argumento.
Mais direitistas
Potencializados
por críticas ferozes ao governo Dilma e até mesmo com bandeiras estapafúrdias,
nomes da direita tentam se notabilizar. É o caso do deputado federal Jair
Bolsonaro (PP). Há também o senador Ronaldo Caiado, do DEM,
cuja principal linha de atuação é o antipetismo.
PSOL
O
PSOL costuma lançar nomes, como o de Heloisa Helena (em 2006) e Luciana Genro
(2014), que agradam os eleitores de extrema esquerda. Genro teve mais de 1,6
milhão de votos no ano passado, e é lembrada para entrar numa nova disputa em
2018.
(Brasil247)