O juiz federal Sérgio Moro decretou a quebra do
sigilo telefônico do PT e de pelo menos seis números que seriam usados pelo
ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso desde março, em Curitiba,
acusado de ser operador de propinas no esquema de corrupção na Petrobras. A
abertura de dados alcança um período de quase cinco anos, 2010 a 2014 -
abrangendo três campanhas eleitorais. A força-tarefa da Operação Lava Jato
investiga o uso da legenda como forma de ocultar dinheiro desviado da estatal
por meio de contribuições e doações de campanha. Moro atendeu a um pedido do
Ministério Público Federal, que acusa formalmente Vaccari em uma ação penal
pelo uso de uma gráfica ligada ao partido para supostamente lavar dinheiro da
Petrobras. O ex-tesoureiro é réu por corrupção e lavagem. "Defiro o
requerido e decreto a quebra do sigilo dos terminais telefônicos acima,
incluindo dos dados das ligações efetuadas no período de 22 de julho de 2010 a
31 de dezembro de 2014", disse Moro na decisão. A ordem de quebra do
sigilo atinge o coração do PT, cuja sede fica situada na Rua Silveira Martins,
centro de São Paulo. A decisão atinge quatro números de telefone fixo três
números de telefones celulares em nome do PT. "A medida pretendida é
adequada e necessária para possibilitar a identificação dos registros das
chamadas originadas e recebidas pelos terminais-alvos da investigação e seus
respectivos interlocutores, bem como a localização geográfica em que se encontravam
os alvos no momento das comunicações de interesse da investigação criminal, por
meio de antenas que captaram o sinal", diz o MPF no pedido.
(Bol)