Pelo menos 18 médicos são investigados pela
Corregedoria-Geral da Administração (CGA) e pela Polícia Civil do Estado de São
Paulo por suspeita de receitar um remédio que não tem autorização da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para pacientes e causar um prejuízo
de R$ 40 milhões aos cofres públicos. Segundo as investigações, os médicos
recomendavam que pacientes com uma doença conhecida como hipercolesterolemia
familiar homozigótica (quando há presença de níveis muito altos de colesterol
no sangue) fossem tratados com o remédio Juxtapid, que é fabricado por um
laboratório dos Estados Unidos. Na segunda-feira, 9, foram cumpridos 15
mandados de busca e apreensão de prontuários médicos de 33 pacientes em São
Paulo, São José dos Campos, Campinas, São Bento do Sapucaí, Pindamonhagaba,
Lorena e Suzano. O que chamou a atenção da CGA foi o número elevado de
pacientes que entraram com mandados de segurança na Justiça para receber
gratuitamente o remédio da Secretaria Estadual da Saúde. Segundo a pasta, cada
comprimido custa US$ 1 mil e é ilegal no País. A investigação suspeita de que
os médicos recebiam dinheiro do laboratório para recomendar os remédios aos
pacientes sem necessidade. Em nota, o corregedor da CGA, Ivan Agostinho, disse
que "a suspeita é de que os brasileiros estariam sendo usados como cobaias
para que o medicamento seja aprovado nos Estados Unidos". "Por isso,
vamos encaminhar a cópia do procedimento elaborado pela Corregedoria ao FBI
(polícia federal americana)."
(Bol)