12 novembro 2015

Planalto teme que Cunha use impeachment de Dilma para recuperar apoio de tucanos

A movimentação do PSDB de defender, nesta semana, a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo acabou gerando uma preocupação a mais no Planalto que contava com um arrefecimento das investidas contra a presidente Dilma Rousseff neste final de ano. Isto porque, Dilma e seus auxiliares mais próximos temem que os tucanos tenham calculado o rompimento e esperam que, agora, Cunha os procure para recompor sua base. Nesta nova posição, a única exigência a ser apresentada pelos tucanos ao presidente da Câmara seria o principal objetivo traçado pelo partido: dar início ao processo de impeachment de Dilma. Até agora, Cunha vinha atuando de forma ambígua, tentando fazer um leilão entre base e oposição, de acordo com parlamentares opositores, do seu poder constitucional de dar início ao processo de impeachment da presidente. A decisão do PMDB foi vista pelo Planalto como um ultimato dado a Cunha com o objetivo de fazê-lo sair do jogo duplo para se sustentar no cargo. O governo espera uma contradança de Cunha para recuperar sua hegemonia na Câmara e que os pedidos de impeachment contra a presidente sejam usados agora para atrair o apoio de parlamentares de oposição. Cunha aparentemente sentiu o baque do rompimento feito pelo PSDB, seguido pelo DEM, mas minimizou os efeitos dizendo que os tucanos nunca foram aliados seus. O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), leu um manifesto, assinado por 54 deputados, apontando que as acusações são graves e impedem a permanência dele no cargo.
(Último Segundo)
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