O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB), defendeu que os cerca de US$ 5 milhões encontrados em contas
ligadas a ele na Suíça não são “nada de mais”. Em entrevista à Folha de S.
Paulo, o parlamentar reconheceu ter ligação com o montante no exterior, mas
negou que ele tenha recebido recursos desviados da Petrobras. Segundo ele, os
valores tiveram origem lícita e foram fruto de negócios no exterior, como venda
de carne enlatada para países da África. "Não tenho falha nenhuma. Sou
inocente”, garantiu. Cunha alega que negócios e investimentos renderam cerca de
US$ 2,5 milhões em quatro anos. "[Tem] gente dizendo que tenho bilhão de
dólar, que sou milhardário. Se você trabalha 48 meses e consegue obter com
operações de lucro este montante, não é nada de mais. Fazendo a coisa correta,
óbvio”, afirmou. O presidente da Câmara rebateu, ainda, as acusações de que
teria mentido em depoimento à CPI da Petrobras. De acordo com a Folha, ele
defende que não é “dono” das contas na Suíça. “Como dono eu tenho direito de
utilizar da forma que eu quiser. E eu não tinha. [...] Eu não podia chegar e
dizer: 'Quero comprar uma casa, preciso de US$ 500 mil'. Eles não davam. Eu não
tinha o livre arbítrio da utilização do dinheiro”, defendeu.
(BN)