30 setembro 2015

Senado, Tribunais e MP têm mais chefes que subordinados

A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo federal pretende divulgar ainda nesta semana estudo sobre a evolução e o perfil dos ocupantes dos cargos e funções comissionadas em toda administração. Alvo de críticas por parte da população e de cobranças de cortes, os cargos comissionados, chamados tecnicamente de cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS), contribuem para o inchaço da folha e acabam por ameaçar a economia de gastos que o governo pretende fazer nos próximos meses como parte do esforço fiscal. Dados do Boletim Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento mostram que 74% dos cargos de DAS estão com a categoria. No total, cerca de 10% dos funcionários ativos têm um acréscimo salarial em decorrência de um desses postos. Já nos tribunais, no Ministério Público e no Congresso, chega-se a ter mais chefes do que subordinados entre os funcionários. Os órgãos usam as funções comissionadas para aumentar os salários dos servidores, mesmo que o posto não signifique o exercício de uma chefia propriamente. No Supremo Tribunal Federal (STF), 61% do total de 1.129 funcionários concursados têm o acréscimo salarial pelo exercício de função comissionada, que varia de R$ 1.019,17 a R$ 7.596,39, para quem faz a opção de receber a remuneração do cargo mais o percentual de 65% da função. Esses valores valem para todo o Judiciário e o Ministério Público. No STJ, a quantidade dos que ocupam uma dessas funções é ainda maior, 63,3% do total dos servidores ativos. Já no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, 40% dos servidores efetivos garantem acréscimo salarial por exercerem uma dessas funções. No Congresso e no Judiciário, a festa com cargos e funções comissionadas se repete. Na Câmara, metade dos servidores efetivos engrossa os já altos salários com a benesse, que varia de R$ 3,5 mil a R$ 9.430. No Senado, 55,7% dos funcionários concursados recebem. Os valores vão de R$ 2.078 a R$ 7.421, conforme informado na página da Casa Legislativa. No Executivo federal, as 99,5 mil funções comissionadas e cargos comissionados, incluindo os (DAS) e o de ministros, representam cerca de 10% do contingente de servidores ativos civis e militares (1,04 milhão) – 90% estão ocupadas por concursados. Quem opta pelo salário de carreira mais uma parcela (60%) do cargo DAS recebe de R$ 1.336 (DAS-1) a R$ 8.384 (DAS-6).
(IG)
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