Com o ar seco neste mês de agosto, a poluição fica ainda mais
evidente nas grandes cidades do Sudeste. Um estudo indica que um morador de São
Paulo chega a perder até três anos de vida, por causa da fumaça venenosa da
metrópole. O ar pesado equivale a três cigarros por dia e, mesmo que a pessoa
não seja fumante, é o que vai para o pulmão, se ela vive numa cidade como São
Paulo. A poluição
é responsável por mais de um 1,5 milhão de mortes por ano na China.
Seis mil no Rio de Janeiro por ano e 35 por dia em São Paulo. Este seria o pior
cenário, ficar parado no trânsito dentro do carro em um ambiente assim rodeado
de prédios, os chamados cânions urbanos, que dificultam a dispersão de gases
poluentes. Faz mal para o coração porque aumenta o risco de infarto e é péssimo
para o pulmão porque é como se todos aqui fumassem de 3 a 4 cigarros por dia. O
médico Paulo Saldiva é patologista da USP e especialista em poluição. Ele faz
parte do comitê de qualidade do ar da OMS (Organização Mundial de Saúde) e do
Centro de Pesquisas Ambientais da Universidade de Harvard, nos Estados
Unidos. Um estudo feito por ele mostrou que os paulistanos viveriam pelo
menos três anos mais se a atmosfera da cidade fosse mais limpa. Um problema de
saúde pública que afeta até a reprodução humana. A solução esbarra na falta de
tecnologias sustentáveis e de investimentos na mobilidade urbana.
(Band)