Você fez uma faxina completa na casa. Pegou peso. Passou muito
tempo agachado, esfregando, varrendo, limpando. No final do dia, apareceu
aquela dor chata na parte de baixo da coluna, um pouco acima do bumbum. A
situação descreve um caso típico de dor lombar aguda, ou seja, uma dor intensa
que pode ter várias causas e tende a desaparecer com o tempo. Mas, se três
meses depois da faxina essa dor ainda não foi embora, isso pode significar que
a pessoa passou a sofre de um problema crônico, que precisa de uma atenção
maior. E quem pensa que esses casos são raros, engana-se. Um estudo
publicado em junho deste ano aponta a lombalgia como o principal fator que leva
as pessoas a passarem anos com uma incapacidade. O Global
Burden of Disease Study 2013
levantou dados sobre a incidência de doenças agudas e crônicas em 188 países,
entre 1990 e 2013. No levantamento, a dor lombar apareceu em todos os países
entre os dez problemas de saúde que acompanham e incapacitam as pessoas por
mais tempo, ao lado dos transtornos depressivos. A ONU (Organização das
Nações Unidas) estima que 80% da população mundial sentem ou sentirão dor nessa
região, que vai da última costela até a parte de cima dos glúteos. No Brasil,
as dores da coluna são as principais causas de afastamento no trabalho. Apenas
em 2014, mais de 130 mil pessoas passaram um tempo sem trabalhar por causa do
problema - o Ministério da Previdência Social não tem dados específicos sobre
casos de lombalgia. O fisioterapeuta Gabriel Delfino explica que é bastante
importante a pessoa se manter ativa. "Os pacientes, no geral, ficam com
medo de se movimentar, inclinar para frente, se manter ativo. Mas, é preciso
saber que o repouso absoluto é o que mais compromete o tratamento da dor
lombar", afirma.
(Bol)