O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), recusou-se a comentar o manifesto assinado por 35 deputados que pede sua saída do comando da Casa. "Não comento sobre isso, cada um tem direito de fazer o que quer", disse. Cunha também não quis falar sobre a recondução do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que o denunciou na semana passada. "Não comento". Nesta quinta-feira, 27, um grupo de 35 deputados federais divulgou uma nota "em defesa da representação popular" pedindo o afastamento de Cunha da presidência da Casa por causa das denúncias de envolvimento do parlamentar em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro. O documento diz que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Cunha "é gravíssima" e "torna insustentável sua permanência na Presidência da Casa". O pedido é encampado por 18 deputados do PT, 6 do PSB, 4 do PSOL, 2 do PPS e 1 de PMDB, PROS, PTB e PSC. "A diferença de condição de investigado em um inquérito para a de um denunciado é notória. Neste caso, Cunha é formalmente acusado de ter praticado crimes. Com a denúncia do MP, a situação torna-se insustentável para o deputado, que já demonstrou utilizar o poder derivado do cargo em sua própria defesa", diz o documento, que é assinado pelo peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE). Cunha foi acusado pelo lobista Julio Camargo de pedir propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção da Petrobras. Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou acusação formal contra o deputado, que deve ser apreciada agora pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
(JCnet)