O pãozinho francês, item essencial na mesa do brasileiro, terá
um gosto mais salgado a partir do mês que vem. O setor estima reajuste de cerca
de 9%, decorrente da alta do dólar. A moeda acumula variação de 30% desde o
início do ano. Nesta semana, foram quatro altas seguidas, influenciadas pela
instabilidade política. A divisa ultrapassou a barreira dos R$ 3,50 e fechou a
semana cotada a R$ 3,51. O pão é um dos alimentos mais afetados com a oscilação da moeda porque o
Brasil não produz muito trigo, por isso é dependente de importação. “A gente
ainda tem um pouco de trigo brasileiro nos estoques, mas não vai dar para
segurar. Além do aumento do dólar, os fretes e pedágios também subiram. Infelizmente,
vamos acabar repassando para o consumidor”, afirma Fernanda Hipólito, diretora do
Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Rio de Janeiro (Sipc).
A variação vem em um momento em que o brasileiro já está sofrendo com a
inflação. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 9,56%. Somente o pão
francês subiu 9% no período. O aumento dos derivados do trigo é só um
entre os vários efeitos da aceleração do dólar na economia brasileira. Produtos
que contêm componentes estrangeiros ou são totalmente importados acabam sendo
os mais afetados com a desvalorização do real.
(Último Segundo)