O líder
do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou nesta terça-feira, 21, que a
legenda não pode defender a saída da presidente Dilma Rousseff como forma de
assumir o Palácio do Planalto com o vice Michel Temer. Ele disse que o partido
não é "oportunista" nesse momento de crise política e econômica e
defende a chegada ao Planalto pela via do voto. "O fato de termos a
presidente que perdeu popularidade não é pressuposto para impeachment",
afirmou ele, em entrevista ao Broadcast Político, serviço em tempo real da
Agência Estado. Segundo Eunício, Dilma não perdeu a sua base e há divergências
em questões pontuais, nas quais muitos parlamentares não votam com o governo.
"O PMDB não pode, no momento de crise - porque temos a vice-presidência da
República e que poderíamos assumir - defender a saída da presidente. Não é o
que nós queremos. O que nós queremos é que o PMDB assuma a Presidência da
República pelo voto do povo brasileiro." Na contramão do discurso do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que defende o rompimento
imediato do PMDB com o governo, Eunício disse que não é o momento para deixar
de apoiar o Executivo. Para ele, é preciso, agora, unir forças a fim de buscar
saídas para o País. O líder peemedebista afirmou que a posição de Cunha é
"pessoal" e destacou que não acredita que ele possa usar a
presidência da Câmara para retaliar. Disse ainda que, em meio às buscas e
apreensões contra senadores pela Operação Politeia, não sabe se o Senado vai
rejeitar ou não uma eventual recondução do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot. "Não sei como se comportarão os senadores."
(Notícias ao Minuto)