Ao criticar abertamente o livre mercado, o papa Francisco dividiu os
católicos: aqueles mais à esquerda passaram a endeusá-lo, enquanto os
representantes da direita o acusam de ser comunista. A cisão decorre das
últimas declarações do pontífice. O líder da Igreja Católica vem fazendo duras
críticas ao capitalismo – primeiro como fonte de desigualdade e segundo como
uma economia que "mata". Mas seria o papa um marxista radical? Ao
retornar das comemorações do Dia da Vitória em Moscou, na Rússia, no mês passado,
o presidente cubano Raúl Castro parou em Roma para agradecer ao papa Francisco
por seu papel em reaproximar Cuba e Estados Unidos. "Se o papa continuar
nesse caminho, eu vou voltar a rezar e retornar à Igreja ─ não estou
brincando", disse Castro. Em setembro deste ano, o papa Francisco poderá
devolver os elogios ao fazer uma escala em Cuba durante sua viagem aos Estados
Unidos, na que pode ser a visita internacional mais difícil de seu pontificado.
O apoio de Raúl Castro tende a prejudicar o papa Francisco junto à direita
americana, cujos principais integrantes reagiram duramente à reaproximação do
presidente Barack Obama com Havana.
(Último Segundo)