01 junho 2015

CRÔNICA: A vontade alheia

Nunca fui muito paciente em matéria de espera. Não gosto de atrasar, porque não sei esperar. Ficar esperando as coisas acontecerem, nunca foi do meu feitio. Acredito em destino, mas também não sei esperá-lo. Se ele está demorando, vou atrás. 

Sonhar é algo que faço com frequência, mas não fica só na minha cabeça. Escrevo o que desejo, só para vê-lo mais concreto, depois sigo por caminhos que podem me levar a isso, mesmo tendo quase a certeza de que não vai acontecer na primeira caminhada, mesmo sendo óbvio que será em vão (muitas vezes se prova não ser).

De que adiantaria ficar esperando que tudo aconteça sozinho? É entregar meu futuro em mãos alheias. Eu gosto dele nas minhas mãos! O tempo não anda? Trato de me mover. Mover-se causa efeitos, causa ondas na piscina do destino. Mais que sonhar, é fazer algo para que aconteça, nem que seja falar disso, olhar para o que se quer, dar um passinho minúsculo na sua direção…

Uns sonhos se demoram mais. Mesmo assim, sem desistir deles, vou movendo outros, vou mexendo constantemente nas águas daqueles mais difíceis e uma hora hão de acontecer! As pequenas ondas vão empurrando o sonho para a borda, onde posso pegá-lo. Até hoje, meus desejos mais absurdos se realizaram. Então, por que parar? Vou desafiando os limites, carregando meu positivismo à frente. 

O universo se move quando percebe a teimosia de se desejar algo. – Ah sim, ser positivo! – Acreditar e achar que, mesmo tendo dado errado, ainda não é o fim, apenas uma mudança de caminho. Pode acontecer um abismo na estrada, mas é só para me desviar  para o caminho certo.

Sou de natureza impaciente, porque todos os meus sonhos não cabem numa só vida. Tenho pressa de alcançá-los, para poder colecionar outros. Minha força de vontade é maior que a vontade alheia.


Carol Szabadkai
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