11 maio 2015

OPINIÃO: A chuva, a ponte e a calamidade na administração municipal

As festas promovidas pelo principado são impecáveis. Já quanto às obras e serviços que alardeia, não se pode  dizer o mesmo.





Chuva, ventania, falta de energia elétrica e desolação. Foi o saldo deste domingo (10), em Pederneiras. Várias regiões da cidade ficaram sem energia elétrica por horas. Ainda no começo da noite, havia lugares com apenas uma fase em funcionamento. E a chuva, acompanhada por uma forte ventania não deu trégua, causando transtornos no dia das mães. A desolação ficou por conta de mais um transbordamento do Córrego Monjolo.

A pirotecnia, marca registrada da administração do prefeito Camargo (PSB), revelou-se mais uma vez com a inauguração da ponte sobre o córrego, no último dia 6, com festejante repercussão na mídia impressa local. Recurso repassado pelo Governo do Estado - com diminuta participação do município - não foi suficiente para manter o local trafegável num dia de chuva. Em poucos minutos, o córrego transbordou e a correnteza forte “engoliu” a combalida obra.

O aumento do volume de águas pluviais lançado no córrego, em razão das obras realizadas na Avenida Brasil era previsível para muitos, mas não o foi para o alcaide local. Sem prévia preparação para receber mais água, somando-se ao lixo, entulho e sujeira que ali se acumulam, mais o assoreamento, foram componentes suficientes para o transbordamento.

O prefeito factoidiano certamente brincou – como quase sempre o faz, aliás - ao declarar, em relação à “nova” ponte, festejando sua inauguração: “É uma grande conquista para a cidade, pois ajudará na questão hídrica municipal, aumentando o escoamento da água do Monjolo e diminuindo incidentes com enchentes em épocas de chuva forte”.

Restou um misto de indignação e revolta em muitas pessoas que utilizam as redes sociais para se manifestarem. R$ 441 mil, dinheiro público investido em algo que, ao invés de resolver, atravanca ainda mais a vida da população pederneirense. Final de ano ainda longe, mas o balanço antecipado mostra o vermelho da incompetência e da incapacidade administrativa em resolver problemas de pequena complexidade.

A calamidade pública não existiu – para sorte do povo – causada pelo transbordamento do Córrego Monjolo, ou na tomada de uma ponte pelas águas da chuva. A administração pública é que, diante de tanta coisa equivocada que encaminha sem dar conta, demonstra-se cada vez mais em crescente e deplorável estado de calamidade.

Reginaldo Monteiro
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