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As festas promovidas pelo principado são impecáveis. Já quanto às obras e serviços que alardeia, não se pode dizer o mesmo. |
Chuva, ventania, falta de energia elétrica e desolação. Foi
o saldo deste domingo (10), em Pederneiras. Várias regiões da cidade ficaram
sem energia elétrica por horas. Ainda no começo da noite, havia lugares com
apenas uma fase em funcionamento. E a chuva, acompanhada por uma forte ventania
não deu trégua, causando transtornos no dia das mães. A desolação ficou por
conta de mais um transbordamento do Córrego Monjolo.
A pirotecnia, marca registrada da administração do prefeito
Camargo (PSB), revelou-se mais uma vez com a inauguração da ponte sobre o córrego,
no último dia 6, com festejante repercussão na mídia impressa local. Recurso
repassado pelo Governo do Estado - com diminuta participação do município - não
foi suficiente para manter o local trafegável num dia de chuva. Em poucos minutos,
o córrego transbordou e a correnteza forte “engoliu” a combalida obra.
O aumento do volume de águas pluviais lançado no córrego, em razão das obras realizadas na Avenida Brasil era previsível para muitos, mas não o foi para o alcaide local. Sem prévia
preparação para receber mais água, somando-se ao lixo, entulho e sujeira que ali se acumulam, mais o assoreamento, foram componentes suficientes
para o transbordamento.
O prefeito factoidiano certamente brincou – como quase sempre
o faz, aliás - ao declarar, em relação à “nova” ponte, festejando sua
inauguração: “É uma grande conquista para a cidade, pois
ajudará na questão hídrica municipal, aumentando o escoamento da água do
Monjolo e diminuindo incidentes com enchentes em épocas de chuva forte”.
Restou um misto de indignação e revolta em muitas pessoas que utilizam
as redes sociais para se manifestarem. R$ 441 mil, dinheiro público investido em
algo que, ao invés de resolver, atravanca ainda mais a vida da população
pederneirense. Final de ano ainda longe, mas o balanço antecipado mostra o
vermelho da incompetência e da incapacidade administrativa em resolver
problemas de pequena complexidade.
A calamidade pública não existiu – para sorte do povo – causada
pelo transbordamento do Córrego Monjolo, ou na tomada de uma ponte pelas águas
da chuva. A administração pública é que, diante de tanta coisa equivocada que
encaminha sem dar conta, demonstra-se cada vez mais em crescente e deplorável estado
de calamidade.
Reginaldo Monteiro