16 maio 2015

"Mad Max": o filme feminista que Hollywood estava precisando

O filme começa mostrando um mundo pós-apocalíptico onde não tem água, a desigualdade social paira sobre a humanidade e o povo bate panela durante o discurso do imperador. Poderia ser um docudrama sobre São Paulo em 2015 mas são os dez primeiros minutos de “Mad Max: Estrada da Fúria”, que chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira (14). O novo longa de George Miller, quarto da série inaugurada em 1979 com Mel Gibson (e primeiro em 30 anos), é um dos melhores e mais impactantes filmes de ação dos últimos anos. E tem um mérito do qual poucos do gênero podem se gabar: ele dá uma aula de feminismo a Hollywood ao colocar as mulheres para dirigir a história e retratar os homens como um bando de bundões mimados e inseguros. “Estrada da Fúria” é basicamente um filme de fuga e perseguição, veloz e nervoso. Não dá ao espectador quase nenhuma chance de respirar, da primeira cena ao clímax final, com a ajuda da trilha sonora frenética do holandês Junkie XL. Conta a história do ambulante solitário Max (Tom Hardy), que é capturado pelos escravos do ditador Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) e se junta à Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) para escapar desse império chamado Citadela. Como nos filmes com Mel Gibson, Max é um homem monossilábico e vive assombrado pela morte da mulher e da filha. Furiosa é uma desertora, uma vez que trai Immortan Joe e foge da Citadela com as cinco mulheres do ditador escondidas em seu caminhão. Eles passam boa parte do filme tentando não matar um ao outro, mas acabam virando parceiros na escapada.
(IG)
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