Em uma sessão conturbada, com tumulto entre deputados, panelaço no plenário e retirada de
sindicalistas das galerias, a Câmara dos Deputados
aprovou nesta quarta-feira (6) com votação apertada (252 votos a favor e 227
contra) o texto-base da MP 665, que endurece as regras de acesso ao
seguro-desemprego, ao abono salarial e ao seguro-defeso. Um dos principais pontos
do texto é a ampliação do tempo de trabalho necessário para a requisição do
seguro-desemprego (de seis para 12 meses). Para concluir a análise do texto, os
deputados ainda precisam votar cinco destaques (propostas de alteração), o que
está previsto para esta quinta-feira (7). Dois destaques foram votados nesta
quarta, após a aprovação do texto principal, mas ambos foram rejeitados. Considerada
pelo governo como necessária para o ajuste fiscal que visa reequilibrar as
contas públicas, a medida provisória 665 foi editada em dezembro de 2014 pela
presidente Dilma Rousseff juntamente com a MP 664, que restringe o acesso à
pensão por morte – a 664 foi aprovada na última terça em comissão especial e
será apreciada pelo plenário depois da conclusão da votação da 665. A aprovação do texto principal da
proposta na Câmara só se tornou viável depois que a bancada do PT oficializou em nota que “fechou questão” em
defesa das medidas provisórias de ajuste fiscal. O anúncio de uma posição mais
“enfática” do partido era uma reivindicação do PMDB, que temia assumir sozinho
o ônus político de aprovar uma medida. Após a aprovação da MP, parlamentares em
plenário começaram a cantar o refrão “PT pagou com traição a quem sempre lhe
deu a mão”
(globo.com)