O ministro da Defesa da Coreia do Norte, Hyon Yong-chol, foi executado por
deslealdade e por manifestar sua falta de respeito pelo líder supremo Kim
Jong-un, informou nesta quarta-feira (13) a agência de Inteligência de Seul. Centenas
de oficiais assistiram à execução ocorrida em 30 de abril, disse o subdiretor
do Serviço Nacional de Inteligência (NIS) a uma comissão parlamentar, relatou a
agência de notícias "Yonhap". Hyon, nomeado para o cargo há menos de
um ano, teria sido surpreendido dormindo durante um desfile militar e
respondido de maneira inadequada a Kim Jong-un em várias oportunidades, revelou
a Yonhap, com base em declarações de um legislador do partido comunista. Hyon
foi executado com fogo antiaéreo em uma academia militar na região de
Pyongyang, um método já citado em vários relatórios sobre execuções de altos
funcionários norte-coreanos. Na Coreia do Norte, o ministro da Defesa é
encarregado da logística e dos intercâmbios com o estrangeiro, mas a política
militar é determinada pela poderosa Comissão Nacional de Defesa e pela Comissão
Militar Central do partido. Yang Moo-jin, acadêmico da Universidade de Estudos
sobre a Coreia do Norte, com sede em Seul, disse à AFP que a execução
surpreendente porque "Hyon era considerado um dos três militares mais
próximos a Kim Jong-un". Hyon viajou à Rússia em abril, em parte para
preparar a visita de Kim, que iria assistir ao desfile militar de 9 de maio,
ponto alto das comemorações da vitória sobre os nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial. O líder norte-coreano finalmente cancelou a viagem justificando
"alguns assuntos internos". Desde que Kim assumiu a chefia do Estado,
em dezembro de 2011, já realizou vários expurgos, sendo o principal a execução
de seu tio e mentor político Jang Song-thaek, executado em 2013.
(G1)