Enquanto a construção da polêmica usina de Belo Monte passa por sua fase
final, indígenas vizinhos ao empreendimento enfrentam uma explosão da extração
de madeira ilegal em suas terras. É o que denunciam o Ministério Público
Federal (MPF) e ONGs que atuam na região do em torno de Altamira, no Pará. Para
estas instituições, as obras da usina ─ a terceira maior hidrelétrica no mundo
─ estão diretamente ligadas ao aumento da degradação, devido ao forte
crescimento populacional que provocaram na área. A situação é mais grave na
Cachoeira Seca, terra indígena do povo Arara já reconhecida pela Funai
(Fundação Nacional do Índio), mas que aguarda por homologação do Ministério da
Justiça. A própria Funai reconhece que o quadro é crítico em um relatório de
março ao qual a BBC Brasil teve acesso. O Instituto Socioambiental (ISA) faz
uma estimativa, segundo a entidade, "conservadora", de que o
equivalente a R$ 400 milhões em madeira teriam sido roubados dessa terra
indígena apenas em 2014 ─ são ipês, jatobás e angelim-vermelhos, cujo mercado
principal costuma ser as indústrias no Sul e Sudeste do país.
(Último Segundo)