Sem perspectiva para a volta da navegação neste primeiro semestre na hidrovia Tietê-Paraná, sindicatos e empresas ligadas ao setor já contabilizam que o prejuízo chega a R$ 200 milhões de perdas direta e indireta e pelo menos 1.000 demissões desde a suspensão da navegação, a partir de maio do ano passado. Esses números foram divulgados ontem, na Barra Bonita, em um encontro com representantes de vários segmentos a bordo do navio São Marino. A reunião fez parte da mobilização do setor para buscar convencer as autoridades federais de rever a estratégia do governo de priorizar a geração de energia em detrimento da navegação. A Tietê-Paraná é uma rota estratégica para grandes indústrias que exportam farelo de soja, celulose e madeira do centro oeste para o porto de Santos, o maior da América Latina. A suspensão no transporte de carga de longo percurso ocorreu porque as usinas de Três Irmãos e Ilha Solteira passaram a gerar mais energia, reduzindo o nível de seus lagos, que são interligado com o Canal de Pereira Barreto. Na região de Bauru, a medida provocou de imediato a paralisação dos entrepostos de Pederneiras e Anhembi. “Praticamente está tudo parado, a espera de uma solução que até o momento não veio. A solução existe: é política e não mais técnica”, afirma José Gheller engenheiro responsável da Transporte Navegação e Portos Modais (TNPM), a maior empresa que opera no rio com 14 comboios. Só em Pederneiras foram 98 demissões. No momento o entreposto só tem quatro funcionários e ontem as instalações estavam fechadas. A Caramuru com unidade em Pederneiras e em Anhembi também demitiu cerca de 150 pessoas entre pessoal contratado e terceirado desde a crise do ano passado, informa o supervisor da empresa Wakys Augusto de Oliveira.
(JCnet)