Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo,
um dos empreiteiros investigados pela operação Lava Jato, que investiga um
esquema de corrupção descoberto na Petrobras, afirmou que pagamentos
feitos à consultoria do ex-ministro José Dirceu eram parte da propina cobrada
pelo esquema. Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia, que está preso em
Curitiba, no Paraná, disse que os pagamentos a Dirceu eram descontados de
comissões que sua empresa devia ao esquema. No total, se tratava de cerca de 2%
do valor de seus contratos na Petrobras. Outro empreiteiro, representante da
Camargo Corrêa, afirmou aos investigadores que a empresa decidiu contratar os
serviços de Dirceu por temer que uma recusa prejudicasse seus negócios com a
estatal. Os relatos dos investigados chamaram atenção por revelar detalhes
sobre a maneira como o José Dirceu se aproximou dos fornecedores da Petrobras.
Um dos principais nomes do primeiro mandato do governo de Lula, o ex-ministro
caiu em meio ao escândalo do mensalão e foi condenado a dez anos de prisão no
julgamento do caso. Ele hoje cumpre pena de prisão domiciliar, em Brasília.
Como consultor, Dirceu ganhou R$ 29,2 milhões entre 2006 e 2013. Cerca de um
terço do dinheiro entrou na sua conta no período em que ele estava sendo
julgado pelo Supremo Tribunal Federal por seu envolvimento com o mensalão,
entre 2012 e 2013.
(Bol)