O ministro da Educação, Cid Gomes, fez nesta quarta-feira (18), na
tribuna da Câmara, um apelo aos deputados "oportunistas", que detêm
cargos na administração federal mas não dão apoio ao governo no Congresso, para
que "larguem o osso, saiam do governo". Mesmo afastado até a próxima sexta-feira (20) por motivos de
saúde, Cid Gomes foi à Câmara por convocação, devido a uma declaração dada no
último dia 27, durante palestra a estudantes da Universidade Federal do Pará.
Na ocasião, afirmou que a Casa tem de 300 a 400 parlamentares que
"achacam". "Eles [deputados federais] querem é que o governo
esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem
mais dele, aprovarem as emendas impositivas", disse o ministro em Belém. Ex-governador do Ceará, Cid Gomes (PROS) iniciou a fala na
Câmara dizendo que "respeita" o Congresso e admitindo que deu a
declaração.
"Que me perdoe, eu não tenho mais idade, não tenho direito de negar aquilo que, pessoalmente, num ambiente reservado, num contexto, falei numa sede do gabinete do reitor", afirmou.
Ele justificou afirmando que era uma posição "pessoal" e que não a manifestou como ministro de Estado. De acordo com o ministro, os "400 ou 300" são os que apostam no "quanto pior, melhor", mas ele pediu "perdão aos que não agem desse jeito". "Isso não quer dizer que concorde com a postura de alguns, de vários, de muitos, que mesmo estando no governo têm uma postura de oportunismo", declarou.
Vários deputados protestaram e reagiram com irritação ao discurso do ministro, tentando interrompê-lo aos gritos. Em seguida, o ministro afirmou que os partidos que compõem a base de apoio à presidente Dilma Rousseff deveriam adotar postura condizente.
(globo.com)